Distúrbios e Dificuldades de aprendizagem
Distúrbios e Dificuldades de aprendizagem


OS PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM SÃO:

DISLEXIA:

distúrbio da palavra. Falha no processamento da habilidade da leitura e da escrita durante o desenvolvimento. 5 a15% da população; incidência masculina; fatores hereditários; etiologia - anomalia fisiológica. Três tipos: visual; fonológica e mista.

DISLALIA:

distúrbio da linguagem oral. Falha no processamento da habilidade de enunciação dos fonemas, decorrente de falhas no processamento auditivo ou em hipo-acusia.

DISGRAFIA

: falha na aquisição da escrita; implica uma inabilidade ou diminuição no desenvolvimento da escrita. 5 a 10% da população escolar. Dois tipos: disgrafia do pré-escolar; caligrafia e espacialidade.

DISORTOGRAFIA:

falha na aquisição da escrita; implica em uma inabilidade ortográfica e gramatical, presente na construção de palavras e frases. Atinge 5 a 10 % da população escolar.

DISCALCULIA:

falha na aquisição da capacidade e na habilidade de lidar com conceitos e símbolos matemáticos. A dificuldade está no reconhecimento do número e do raciocínio matemático. Atinge 5 a 6% da população com DA e envolve dificuldades na percepção, memória, abstração, leitura, funcionamento motor.

Muitos autores consideram que os distúrbios têm um componente orgânico, relacionado ao Sistema Nervoso Central. Portanto, há sempre algum tipo de associação entre o distúrbio de aprendizagem e um problema neurológico, associado a uma falha na aquisição ou no processamento, ou ainda no armazenamento de informações envolvendo áreas e circuitos neuronais específicos em determinado momento do desenvolvimento.

Em função da complexidade dos fatores causadores dos distúrbios de aprendizagem, o diagnóstico deve ser realizado por equipe multidisciplinar, mesclando profissionais das áreas da saúde, educação e assistência social. Em função dos componentes orgânicos envolvidos nos distúrbios de aprendizagem, é sempre importante que haja o acompanhamento médico e a realização de exames.

Com o avanço da tecnologia e sua aplicação na área da saúde, existem atualmente exames que detectam distúrbios diversos com alguma precisão. Os mais avançados são o PET (tomografia por emissão de pósitrons) e o SPECT (tomografia por emissão de fóton único). Ambos são exames de altíssima tecnologia, e ainda não estão disponíveis para a maioria da população brasileira, infelizmente. Utilizam tecnologias de neuroimagem, com marcadores radioativos, que produzem variação de cor de acordo com a ativação funcional de determinadas regiões do cérebro. (é comum este tipo de imagem em revistas científicas ou informativas) Por intermédio de tais exames é que o dr. Albert Galaburda defende a tese de anomalia estrutural do cérebro de disléxicos.

Fonte: www.psicopedagogavaleria.com.br

 

 

Artigos TDAH                         TEXTOS SOBRE TDAH TDAH e o dever de casa

 

TDAH e o dever de casa

 

Qua, 16 de Janeiro de 2013 17:24 Escrito por ABDA

  • TDAH – Como ajudar seu filho com os deveres de casa

 

Abaixo seguem algumas dicas sobre a criança com TDAH e a dificuldade de completar/realizar o dever de casa.

 

1 – Por que a criança com TDAH tem tanta dificuldade em realizar o dever de casa?

 

Para a maioria das crianças com TDAH, o dever de casa é motivo de desespero. Para as crianças que não tem o transtorno também não é fácil, mas elas não ficam horas lutando para terminar as tarefas passadas pelos professores. Todo o processo desde que o dever de casa é ditado ou entregue pelo professor até a hora em que ele é compreendido pelo aluno, é complexo e envolve comportamentos que são desafiantes para as crianças com TDAH.

 

Para começar, a criança deve ouvir, entender e anotar corretamente o dever de casa em seu caderno. Com a ajuda do professor, a criança deve saber quais itens (caderno, livro, apostila, etc.) ela deve levar pra casa e quais devem ficar na escola, caso haja essa possibilidade.

 

Quando chegar em casa, a própria criança deve dizer aos pais se o professor enviou tarefa para fazer em casa. Caso isso não aconteça, os pais devem checar a agenda e/ou o caderno da criança para ver se há alguma comunicação por parte da escola. Por ser uma tarefa tediosa e difícil para a criança com TDAH, muitas delas escondem o fato de que possuem dever de casa. Nesses casos, a verificação por parte dos pais torna-se mais importante ainda.

 

O próximo passo é a preparação para realizar a tarefa de casa. Aconselhamos sempre um local arejado, com boa iluminação e livre de barulhos e estímulos externos (como trânsito, outras crianças brincando, música, internet, etc.).

 

Logo após a preparação, vem a realização do dever de casa. A criança necessita prestar atenção, focar e resistir a distrações, além de um esforço extra para o que considera ser ‘’chato’’ e ‘’tedioso’’. É importante que ela faça o dever de casa com calma para que saia legível. A ajuda dos pais é essencial para que a criança aprenda com a tarefa que está realizando.

 

Todo o material escolar deve ser arrumado logo após a realização da tarefa. Guardar livros, apostilas, cadernos, folhas, etc., com antecedência é de extrema importância para que a criança não se esqueça de levar para a escola o dever completo.

 

2 – Atividades externas ajudam no dever de casa?

 

A televisão tem sido identificada como um dos muitos elementos distratores que causam problemas escolares nas crianças. Enquanto as crianças se aborrecem quando interrompem seus programas favoritos para fazer o dever de casa e/ou outras tarefas menos interessantes, ainda não existem estudos que comprovem o baixo rendimento escolar devido uso excessivo da televisão. Alguns estudos mostram baixo rendimento escolar de crianças que assistem TV até tarde, enquanto outros não mostram relação alguma.

 

Já as atividades extracurriculares chamam a atenção dos pais devido ao tempo que tomam enquanto as crianças poderiam fazer o dever de casa. Como a maioria das crianças com TDAH tem dever de casa e atividades extracurriculares, pode ser difícil dividir esse tempo em cada atividade. Estudos mostram que crianças que participam de atividades extracurriculares tem melhor desempenho escolar, especialmente se forem atividades que o aluno também pratique na escola. Porém, essa relação se torna ineficaz quando as atividades tomam todo o tempo da criança.

 

3 – Como posso tornar o dever de casa mais interessante?

 

Como sabemos, as pessoas com TDAH se entediam facilmente e dificilmente se motivam. Portanto, seja criativo quando for estudar ou fizer o dever de casa. Tente novos métodos de estudo e continue se reinventando.

 

Alguns relatos de pais de crianças com TDAH incluem a mudança do local de estudo. Por exemplo, em um dia ensolarado, estudar em um parque com pouco movimento, na varanda de casa, em um cômodo diferente, ou mostrar ‘’ao vivo’’ objetos para uma criança que está aprendendo novas palavras. Interpretar cenas históricas, pintar palavras em cartolinas e simular entrevistas também são bons exemplos.

 

4 – Como ajudar meu filho a se organizar?

 

Como a maioria das crianças com TDAH, suas mochilas e seus quartos estão frequentemente desorganizados. Dedique boa parte do seu tempo a ajudar seu filho na sua organização pessoal. Provavelmente você terá que ajudá-lo mais vezes do que acha necessário.

 

Na hora do dever de casa, ajude-o a organizar o material de forma que ele não se perca, assim como quando for arrumar a mochila após a tarefa. O uso de capas plásticas e identificação de matérias por cor são altamente recomendados.

 

As capas plásticas ajudam na organização do material, além de prevenir que nada se perca nem seja esquecido na hora de levar o dever feito para a escola.

 

Já as matérias escolares e seus materiais podem ser identificados por cores diferentes. Por exemplo: Se você escolher, junto com a criança, que a cor para matemática será amarelo, então compre (ou encape) um caderno amarelo, use lápis de cor amarelo, encape o livro com plástico/contact amarelo, etc. Assim ficará melhor para a criança se organizar, uma vez que as pessoas com TDAH se orientam melhor pelo estímulo visual.

 

5 – Devo dar pausas durante o dever de casa do meu filho?

 

Como todo caso de TDAH, essa resposta depende de como a criança responde a essa pausa. Caso ela volte da folga normalmente e sem procrastinar, é válida a permissão do intervalo. Porém, se esses pequenos minutos de lazer causam mais problemas que alívio, eles devem ser evitados. Para a maioria das crianças com TDAH, uma simples interrupção pode significar uma enorme dificuldade na hora de voltar a fazer o dever de casa.

 

Ao invés de interromper o dever de casa, você pode fazer um pequeno ‘’descanso mental’’, dando pontos, ou pequenas recompensas como figurinhas adesivas ou doces. Conforme a criança vê o seu bolo de figurinhas aumentar e os seus deveres de casa feitos, o seu interesse pelas tarefas escolares também aumentará.

 

6 – Devo castigar meu filho quando ele não fizer o dever de casa?

 

Fazer o dever de casa já é difícil para a maioria das crianças que tem TDAH, que talvez elas escolhessem serem castigadas. Pais e psicólogos dizem que os castigos, alem de não se mostrarem eficazes, ainda pioram a situação.

 

Situações como deixar a criança sem jantar, não deixar que ela durma até que o dever seja feito ou bater, simplesmente não funcionam. Professores devem evitar colocar alunos com TDAH de castigo, sem recreio ou hora de almoço ou mandar para casa o dever de casa incompleto como uma tarefa extra.

 

Essas intervenções podem se mostrar úteis com alunos que não tenham TDAH, mas, com aqueles alunos que tem TDAH, esses métodos simplesmente não funcionam. A criança pode ficar traumatizada, e tarefas simples como terminar um dever de casa, podem se tornar um fardo pesado. Todas as pessoas necessitam de um tempo livre, com a família e com os amigos. Privar a pessoa com TDAH desse tempo livre é emocionalmente debilitante e apenas aumenta os problemas que ela pode ter.

 

7 – Como os professores podem ajudar?

 

Os professores querem que seus alunos sejam vitoriosos e tentam ajuda-los de todas as maneiras. Um encontro com o professor no início do ano para acertar alguns pontos a respeito do seu filho é uma boa opção. Mas lembre-se: Os professores não gostam que você lhes ensine como fazer seu trabalho. Apenas sugira algumas ideias que ele possa aproveitar durante o ano letivo. Aqui vão algumas ideias:

 

  • Dizer explicitamente quando for hora de anotar a tarefa de casa
  • Anotar tarefa no quadro
  • Ler a tarefa em voz alta
  • Dar as lições usando um livro de tarefas
  • Anunciar em voz alta quando for o dia de entregar o dever de casa
  • Designar um aluno para recolher as tarefas
  • Dar adesivos, pontos, carimbos, etc., como incentivo quando um aluno completar a tarefa
  • Recolher as tarefas antes do sinal
  • Dar aulas usando tabelas/calendários para longas tarefas

 

 

Algumas estratégias Pedagógicas para alunos com TDAH.

Qui, 20 de Dezembro de 2012 16:18 Escrito por ABDA

 

Algumas Estratégias Pedagógicas para Alunos com TDAH:

 

Atenção, memória sustentada:

Algumas técnicas para melhorar a atenção e memória sustentadas

 

1 – Quando o professor der alguma instrução, pedir ao aluno para repetir as instruções ou compartilhar com um amigo antes de começar as tarefas.

 

2 – Quando o aluno desempenhar a tarefa solicitada ofereça sempre um feedback positivo (reforço) através de pequenos elogios e prêmios que podem ser: estrelinhas no caderno, palavras de apoio, um aceno de mão... Os feedbacks e elogios devem acontecer SEMPRE E IMEDIATAMENTE após o aluno conseguir um bom desempenho compatível com o seu tempo e processo de aprendizagem.

 

3 – NÃO criticar e apontar em hipótese alguma os erros cometidos como falha no desempenho. Alunos com TDAH precisam de suporte, encorajamento, parceria e adaptações. Esses alunos DEVEM ser respeitados. Isto é um direito! A atitude positiva do professor é fator DECISIVO para a melhora do aprendizado.

 

4 – Na medida do possível, oferecer para o aluno e toda a turma tarefas diferenciadas. Os trabalhos em grupo e a possibilidade do aluno escolher as atividades nas quais quer participar são elementos que despertam o interesse e a motivação. É preciso ter em vista que cada aluno aprende no seu tempo e que as estratégias deverão respeitar a individualidade e especificidade de cada um.

 

4 – Optar por, sempre que possível, dar aulas com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, DVD, e outros materiais diferenciados como revistas, jornais, livros, etc. A diversidade de materiais pedagógicos aumenta consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhora a atenção sustentada.

 

5 – Utilizar a técnica de “aprendizagem ativa” (high response strategies): trabalhos em duplas, respostas orais, possibilidade do aluno gravar as aulas e/ou trazer seus trabalhos gravados em CD ou computador para a escola.

 

6 – Adaptações ambientais na sala de aula: mudar as mesas e/ou cadeiras para evitar distrações. Não é indicado que alunos com TDAH sentem junto a portas, janelas e nas últimas fileiras da sala de aula. É indicado que esses alunos sentem nas primeiras fileiras, de preferência ao lado do professor para que os elementos distratores do ambiente não prejudiquem a atenção sustentada.

 

7 – Usar sinais visuais e orais: o professor pode combinar previamente com o aluno pequenos sinais cujo significado só o aluno e o professor compreendem. Exemplo: o professor combina com o aluno que todas as vezes que percebê-lo desatento durante as atividades, colocará levemente a mão sobre seu ombro para que ele possa retomar o foco das atividades.

 

8 – Usar mecanismos e/ou ferramentas para compensar as dificuldades memoriais: tabelas com datas sobre prazo de entrega dos trabalhos solicitados, usar post-it para fazer lembretes e anotações para que o aluno não esqueça o conteúdo.

 

9 – Etiquetar, iluminar, sublinhar e colorir as partes mais importantes de uma tarefa, texto ou prova.

 

Tempo e processamento das informações

 

 

 

1 – Usar organizadores gráficos para planejar e estruturar o trabalho escrito e facilitar a compreensão da tarefa. Clique aqui para ver um exemplo.

 

2 – Permitir como respostas de aprendizado apresentações orais, trabalhos manuais e outras tarefas que desenvolvam a criatividade do aluno.

 

3 – Encorajar o uso de computadores, gravadores, vídeos, assim como outras tecnologias que possam ajudar no aprendizado, no foco e motivação.

 

4 – Reduzir ao máximo o número de cópias escritas de textos. Permitir a digitação e impressão, caso seja mais produtivo para ao aluno.

 

5 – Respeitar um tempo mínimo de intervalo entre as tarefas. Exemplo: propor um trabalho em dupla antes de uma discussão sobre o tema com a turma inteira.

 

6 – Permitir ao aluno dar uma resposta oral ou gravar, caso ele tenha alguma dificuldade para escrever.

 

7 – Respeitar o tempo que cada aluno precisa para concluir uma atividade. Dar tempo extra nas tarefas e nas provas para que ele possa terminar no seu próprio tempo.

 

Organização e técnicas de estudo

 

 

 

1 – Dar as instruções de maneira clara e oferecer ferramentas para organização do aluno desenvolver hábitos de estudo. Incentivar o uso de agendas, calendários, post-it, blocos de anotações, lembretes sonoros do celular e uso de outras ferramentas tecnológicas que o aluno considere adequado para a sua organização.

 

2 – Na medida do possível, supervisionar e ajudar o aluno a organizar os seus cadernos, mesa, armário ou arquivar papéis importantes.

 

3 – Orientar os pais e/ou o aluno para que os cadernos e os livros sejam “encapados” com papéis de cores diferentes. Exemplo: material de matemática – vermelho, material de português – azul, e assim sucessivamente. Este procedimento ajuda na organização e memorização dos materiais.

 

4 – Incentivar o uso de pastas plásticas para envio de papéis e apostilas para casa e retorno para a escola. Desta forma, todo o material impresso fica condensado no mesmo lugar minimizando a eventual perda do material.

 

5 – Utilizar diariamente a agenda como canal de comunicação entre o professor e os pais. É extremamente importante que os pais façam observações diárias sobre o que observam no comportamento e no desempenho do filho em casa, assim como o professor poderá fazer o mesmo em relação às questões relacionadas à escola.

 

6 – Estruturar e apoiar a gestão do tempo nas tarefas que exigem desempenho em longo prazo. Exemplo: ao propor a realização de um trabalho de pesquisa que deverá ser entregue no prazo de 30 dias, dividir o trabalho em partes, estabelecer quais serão as etapas e monitorar se cada uma delas está sendo cumprida. Alunos com TDAH apresentam dificuldades em desempenhar tarefas em longo prazo.

 

7 – Ensine e dê exemplos frequentemente. Use folhas para tarefas diárias ou agendas. Ajude os pais, oriente-os como proceder e facilitar os problemas com deveres de casa. Alunos com TDAH não podem levar “toneladas” de trabalhos para fazer em casa num prazo de 24 horas.

 

Técnicas de aprendizado e habilidades metacognitivas

 

 

 

1 – Explicar de maneira clara e devagar quais são as técnicas de aprendizado que estão sendo utilizadas. Exemplo: explicar e demonstrar na prática como usar as fontes, materiais de referência, anotações, notícias de jornal, trechos de livro, etc.

 

2 – Definir metas claras e possíveis para que o aluno faça sua autoavaliação nas tarefas e nos projetos. Este procedimento permite que o aluno faça uma reflexão sobre o seu aprendizado e desenvolva estratégias para lidar com o seu próprio modo de aprender.

 

3 – Usar organizador gráfico (clique aqui para ver) para ajudar no planejamento, organização e compreensão da leitura ou escrita.

 

Inibição e autocontrole

 

 

 

1 – Buscar sempre ter uma postura pró-ativa. Antecipar as possíveis dificuldades de aprendizado que possam surgir e estruturar as soluções. Identificar no ambiente de sala de aula quais são os piores elementos distratores (situações que provocam maior desatenção) na tentativa de manter o aluno o mais distante possível deles e, consequentemente, focado o maior tempo possível na tarefa em sala de aula.

 

2 – Utilizar técnicas auditivas e visuais para sinalizar transições ou mudanças de atividades. Exemplo: falar em voz alta e fazer sinais com as mãos para lembrar a mudança de uma atividade para outra, ou do término da mesma.

 

3 – Dar frequentemente feedback (reforço) positivo. Assinale os pontos positivos e negativos de forma clara, construtiva, respeitosa. Este monitoramento é importante para o aluno com TDAH, pois permite que ele desenvolva uma percepção do seu próprio desempenho, potencial e capacidade e possa avançar motivado em busca da sua própria superação.

 

4 – Permitir que o aluno se levante em alguns momentos, previamente combinados entre ele e o professor. Alunos com hiperatividade necessitam de alguma atividade motora em determinados intervalos de tempo. Exemplo: pedir que vá ao quadro (lousa) apagar o que está escrito, solicitar que vá até a coordenação buscar algum material, etc., ou mesmo permitir que vá rapidamente ao banheiro ou ao corredor beber água. Este procedimento é extremamente útil para diminuir a atividade motora e, muitas vezes, é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO para crianças muito agitadas.

 

 

Fique atento aos transtornos psicológicos nas crianças

Desordens não são raras. Em casa e na escola, deve-se ter atenção aos sinais que a criança pode apresentar

 

Rio - Felipe não para quieto. Está sempre a mil por hora e só se desliga quando dorme. Não presta atenção em nada e vai mal no colégio. Ana, de 15 anos, até pouco tempo era alegre e divertida. Hoje se mostra desmotivada e desatenta. Histórias como as de Felipe e Ana são mais comuns do que se pensa.

São crianças e adolescentes que sofrem de transtornos psicológicos; uma lista grande, que inclui déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), bullying, dislexia, anorexia, depressão, entre outros. Porém todos têm solução, diz o psiquiatra Gustavo Teixeira, que acaba de lançar “Manual dos transtornos escolares - Entendendo os problemas de crianças e adolescentes na escola” (BestSeller).

Membro da Academia Americana de Psiquiatria para Infância e Adolescência, Teixeira afirma que 20% de crianças e adolescentes no mundo precisam de alguma ajuda na área de saúde mental. E o diagnóstico da queixa depende de detalhado estudo clínico e avaliação comportamental completa; envolvendo família, pais e professores.

Isso para não correr o risco de a criança ter um diagnóstico errado. Pesquisa da Anvisa mostrou que o consumo da droga tarja preta para TDAH aumentou 75% na faixa de 6 a 16 anos, entre 2009 e 2011, no Brasil. Segundo Teixeira, a incidência mundial de TDAH fica em torno de 4% da população. “Temos um número grande de casos de TDAH não diagnosticados, não tratados. Por outro lado, é possível que existam erros no diagnóstico, porque há poucos especialistas. A medicação, bem indicada, é segura e eficaz”.

Ele lembra que outro transtorno que merece atenção na infância é a depressão, que tem incidência de 2%, aumentando para até 6% entre adolescentes. “Tive pacientes de 4 anos com depressão. O tratamento em casos leves e moderados inclui terapia cognitivo-comportamental e orientação à família e à escola. Em situações graves, pode-se receitar antidepressivos”.

Já o transtorno bipolar do humor tem diferenças quando comparado ao do adulto. Irritação explosiva, impulsividade, alterações súbitas de humor, menos necessidade de sono e agressividade são alguns dos sintomas, alerta Teixeira. “Quanto mais cedo os transtornos são tratados, melhor o resultado. Daí a importância de pais, responsáveis e professores não negligenciarem mudanças de comportamento em seus filhos”.

 

Escola deve debater o tema em sala

 

O bullying, termo do inglês que define comportamento violento dos estudantes, é um dos transtornos que mais preocupa pais e professores; diante dos atos de agressão física, verbal ou moral, praticados de forma repetitiva, sem motivação evidente.

“Hoje, o que mais cresce é o bullying na internet. Casos graves estão ligados a transtornos mais sérios, como depressão. A escola deve criar estratégias para tornar o ambiente saudável e acolhedor. Fazer palestras sobre o tema é o primeiro passo”, diz Teixeira.

Outra medida é não tolerar o bullying; e estimular as denúncias. E oferecer apoio psicológico. “Todos sofrem com essa violência, não apenas os alvos”, diz.

Reportagem: Antônio Marinho